sexta-feira, 21 de maio de 2010



O cavalo crioulo é uma das raças de cavalo mais apreciadas pelos criadores do Rio Grande do Sul, sua origem é Espanhola, de lá eles foram sendo levados, primeiro para os Estados Unidos da América onde demoraram algum tempo para se ambientarem, só então começaram a ser exportados para outros países e ganharam o mundo com seu porte altivo, Comportamento fácil de lidar e alta capacidade de doma ou adestramento desse animal. Mas toda esta caminhada demorou séculos, se iniciou em meados de 1493 e neste período os cavalos crioulos receberam diversas denominações, entre elas, selvagens, mustangs, mesteños, cimarrones, baguales, cada nome de acordo com a localidade por onde eles foram sendo levados e criados ao redor do mundo. Apesar de não ser um animal que fala, os cavalos crioulos são incríveis, longe de ser um animal bizarro.
Esta raça de cavalos tem como características o porte pequenino cuja altura gira em torno de 1,35 e 1,52 metros sendo que o tamanho médio tanto para os machos quanto para as fêmeas é de 1,45m. Quanto a pelagem o gateado é o predominante, ou seja, aquele conhecido como baio escuro com uma lista preta no lombo indo do final de sua crina até o começo de sua bela cauda. Mas apesar desta predominância há a ocorrência de todas as pelagens na raça de cavalo crioulo. Sua cabeça é larga e curta lembrando o formato de uma piramide, seus olhos são muito grandes, de forte expressão e bem afastados, seu perfil é naturalmente reto com ligeira forma convexa, tem as suas orelhas pequenas e também bastante afastadas do que chamamos de base.
Sob este aspecto pode-se dizer que o cavalo crioulo é um animal de extrema vivacidade, inteligencia e coragem, ele também é forte e musculoso por isso se presta muito bem para a lida no campo com rebanhos de gado, Carneiro, ovelhas ou de muitos outros animais, tem sempre muita disposição para o trabalho e uma resistência invejável.
Na categoria dos Mamíferos os cavalos crioulos pertencem aos animais de porte médio e ainda que tenha neste patamar outras raças de cavalos e mesmo o Jumento, que é bastante resistente para jornadas de trabalho, o cavalo crioulo se destaca muito pela sua capacidade de trabalho e temperamento dócil sendo também muito utilizado em passeios, esportes, etc., e ainda é capaz de percorrer longas distancias sem esmorecer. No Rio Grande do Sul acontecem longas cavalgadas onde esta raça é predominantemente escolhida pelos cavaleiros. O cavalo crioulo também é muito cobiçado em leilões e grandes feiras de venda de animais, onde os lances variam de acordo com o refinamento e a linhagem do animal. Um cavalo crioulo de boa qualidade pode custar o equivalente a um carro 0km, e as vezes bem mais do que isso, um bom negócio para criadores, além de ser um prazer, pois quem lida com cavalos precisa gostar do que faz.
O cavalo crioulo da América Latina é o descente direto dos cavalos importados do Novo Mundo, desde Cristóvão Colombo, pelos conquistadores espanhóis durante o século XVI, mais particularmente por Don Pedro de Mendoza, fundador da Vila de Buenos Aires em 1535.
Um grande número destes cavalos de guerra fugiu ou foram abandonados para se tornarem, rapidamente, em cavalos selvagens, num ambiente ideal para o seu desenvolvimento. São os cavalos espanhóis (particularmente os Andalusos), portugueses e árabes que transmitiram seu sangue e suas principais características morfológicas da raça crioula.
Durante quatro séculos, a raça crioula se adaptara ao meio ambiente das grandes planícies sul americanas para sofrer uma severa seleção natural. Esta adaptação às condições de vida do meio ambiente, permitiu o desenvolvimento de sua grande qualidade, a resistência às enfermidades e a sobrevivência.
No início os índios, mais tarde os gaúchos, fizeram do crioulo o seu meio de transporte, seu companheiro de caça ou de trabalho e seu camarada de lazer. Desde então, o crioulo passou a ser o cavalo do gaúcho para o seu trabalho e o seu sustento.
Sua resistência fez o orgulho dos criadores que organizavam provas com distâncias de 750 quilometros, que tinham que ser percorridas em quatorze dias. Os cavalos eram pesadamente carregados (110 quilos para o ginete e sua sela) e tinham que alimentar-se unicamente com o pasto encontrado na região percorrida. O animal vencedor era aquele que terminava a prova sem ter sido parado pelos juízes ou veterinários, ter levemente emagrecido, porém ter permanecido fogoso como no dia da partida.
No final do século XIX, a introdução de machos europeus ou da América do Norte degenerou a raça. Uma seleção rigorosa, feita por alguns criadores apaixonados, permitiu a reconstituição da raça que foi admitida no “stud-book” argentino, em 1918.
Hoje, em quase todos os países da América do Sul, as raças descentes do crioulo são criadas e protegidas.

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